Alguns Pensamentos...

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segunda-feira, outubro 31, 2005

O presidente George Bush é um Conservador?

Para aqueles interessados nesta questão, o artigo de Jonah Goldberg é bastante pertinente e esclarecedor. Podem consultá-lo aqui.

sexta-feira, outubro 28, 2005

O cientificamente possível é eticamente viável?

Alguns somos magros, outros muito magros, gordos ou muito gordos; somos altos, muito altos, baixos ou muito baixos; somos fortes, muito fortes, fracos ou muito fracos. Numa palavra, somos diferentes até mesmo no pensar e no sentir. Ninguém diria, por isso, que tão pouco nos separa uns dos outros.
Segundo os cientistas que vêm decifrando toda a informação contida no genona humano é isso mesmo que acontece, isto é, somente 0,1% do dito genoma nos distingue, o que significa que partilhamos 99,9% do nosso património genético. Actualmente existem variados esforços no sentido de se criar um mapa dos padrões de variação genética entre os seres humanos para permitir investigar o que pode afectar a saúde e o modo como as doenças com origem em vários genes são ou não influenciáveis.
Escusado será dizer que vem aí um admirável mundo novo que tal como o livro escrito por Aldous Huxley, poderá possibilitar a emergência de um (hipotético) futuro onde as pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a viverem em harmonia com as leis e regras sociais, dentro de uma sociedade organizada por castas, podendo chegar ao cúmulo de se desenvolver um contraponto entre esta hipotética civilização ultra-estruturada com a finalidade de obter a felicidade de todos os seus membros, qualquer que seja a sua posição social e as impressões humanas e sensíveis do "selvagem" John que, visto como algo aberrante, cria um fascínio estranho entre os habitantes do "Admirável Mundo Novo".
Mais tarde, Aldous Huxley escreveu outro livro chamado Retorno ao Admirável Mundo Novo, que se caracteriza por um ensaio onde demonstra que muitas das "profecias" do seu romance estavam a ser realizadas graças ao "progresso" científico, no que diz respeito à manipulação da vontade de seres humanos. Actualmente, estaremos assim tão longe destas ideias?

quinta-feira, outubro 27, 2005

Tentar entender Cavaco!

Cavaco, s. m., estilha ou lasca de madeira; pedaço de madeira para lenha; fam., conversa amigável; dar o - por: gostar muito de; dar o -: zangar-se; ficar aborrecido com; não dar -: não responder.
Cavaqueira, s. f., palestra amena; cavaco demorado; mulher que fabrica ou vende cavacas (doce).
Cavaquinho, s. m., viola pequena de quatro cordas; dar o - por: gostar muito de.
Encavacar, v. tr. e int., dar o cavaco; afinar; amuar; envergonhar-se.
Cavaca: biscoito seco, leve e coberto de açúcar.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Um alerta sem alarme...


Confesso que pouco li sobre esta pandemia, mas parece que até este momento não há razão para “alarmismos” no caso da gripe das aves, embora também não seja razoável que se descurem cuidados básicos que a Europa, já atingida pelo flagelo, vai decretando por óbvia precaução.
Por isso, mesmo sem alarme, devemos estar alerta…

terça-feira, outubro 25, 2005

Uma crise profunda nas Letras

Na nossa contemporaneidade assistimos a uma deslegitimação progressiva da palavra escrita e lida em benefício de discursos dominados pela imagem, a perda gradual de poder simbólico de saberes com tradição na cultura ocidental como seja o caso da história, da filosofia, da antropologia, da literatura, a hegemonização televisiva e a brutal "tabloidização" de uma vida pública reduzida à indigência, a confiança acrítica no carácter redentor de certas ciências e o crescente prestígio de áreas e de carreiras que correspondem a solicitações novas e socialmente prementes como seja o caso da informática, do marketing e da gestão, por exemplo.
Tudo isto originou mudanças no nosso modo de percepcionar a realidade em que vivemos, contribuindo para uma redistribuição de poderes e de espaços de actuação, obrigando a pensar o lugar, a função e os modelos de formação por que se regem as Letras.
Ultimamente, as faculdades de letras espalhadas pelo país parecem ter-se tornado exímias em mascarar com nomes apelativos aquilo que não é senão mais do mesmo, parecendo que as velhas designações já não "vendem", servindo-se licenciaturas com vocábulos mágicos como "comunicação", "multimédia", "animação", "artes", até se chegar a algumas combinações bizarras. Esta ânsia de inovar, mal direccionada, conduz alguns indivíduos em aventuras académicas e profissionais com um desenlace algo duvidoso.
A crise das letras provém de um desnorte social e cultural, pois não deve apelidar-se de civilizado nem culto um país, um povo que não estuda nem investiga a filosofia antiga, a poesia renascentista, a arte maneirista, a literatura latina, os livros de viagens e a história da língua, a crítica textual, as epopeias e os textos historiográficos.
Se adicionarmos a estes factores um poder político tolhido pela gestão do défice que ignora o que de mais denso e estruturante existe na nossa memória colectiva, podemos firmemente afirmar que a nossa civilização, tal como a conhecemos, está a enveredar por um caminho desconhecido e perigoso que ameaça a sua perpetuação.

segunda-feira, outubro 24, 2005

Cenário possível na Ota?


Aguardamos ansiosamente pelos estudos que justificam ou não a viabilidade deste empreendimento...

sexta-feira, outubro 21, 2005

Uma vida sem tréguas



Agostinho Neto, uma vida sem tréguas (1922 -1979) é o título de um livro que será lançado no dia 24 de Outubro, às 18h30, no Jardim de Inverno do Teatro Municipal São Luiz em Lisboa.
Esta será uma obra que reunirá um conjunto de textos e imagens que reconstituem a vida e acção de Agostinho Neto, realizando como que a sua biografia à luz de testemunhos, fotografias e documentos que, em muitos casos, o apresentam sob facetas ignoradas ou pouco conhecidas. O livro incidirá sobre a sua juventude em Angola e em Portugal, as vicissitudes que enfrentou como estudante, as prisões que sofreu, o julgamento de que foi réu no Tribunal Plenário do Porto, as circunstâncias do seu noivado e casamento, o desterro em Cabo Verde e o episódio rocambolesco da fuga de Lisboa para Tânger, antecedendo o capítulo final sobre a luta acérrima que teve de travar para a independência de Angola, não descurando a actividade que desenvolveu como Presidente do MPLA e, por último, o papel que desempenhou como Presidente da República Popular de Angola.
Um livro incontornável que desvenda muitos aspectos da vida do principal obreiro da nação angolana.

quinta-feira, outubro 20, 2005

Os novos pobres

Os últimos relatórios sobre a pobreza em Portugal não são animadores, colocando o país na cauda da Europa. Há cada vez mais diferenças entre ricos e pobres e a riqueza está cada vez mais concentrada nas mãos de cada vez menos pessoas.
O que é interessante constatar é que nestes relatórios sobre a pobreza não são consideradas as realidades paralelas de pobreza, outras formas de se ser pobre, que acabam por não constituir manifestações exteriores de pobreza tão evidentes como as normalmente referenciadas, não sendo, assim, alvo de objecto de estudo. A “nova pobreza” é um fenómeno que se apresenta afectando principalmente a classe média que trabalha por conta de outrem ou que possui pequenos negócios.
Para que este fenómeno tivesse lugar, o Estado previdência, modelo social de assistência mútua, baseado no princípio da solidariedade de todos e arquitectado em volta da capacidade contributiva dos cidadãos, por razões de conjuntura e de estrutura, entrou em ruptura e como qualquer corpo agonizante debate-se e luta afincadamente pela sobrevivência, consumindo as energias, ou seja, as magras poupanças dos contribuintes mais “à mão de semear”.
Não se prevê, dentro do actual quadro politico-partidário, uma grande preocupação com este fenómeno que, face à falta de alternativas, não atinge necessariamente aqueles a quem comummente apelidamos de pobres, uma vez que estes não pagam a crise pois nada têm. É a classe média, que caminha a passos largos para a pobreza, que paga a factura das políticas erráticas dos sucessivos governos desde 74.
Daquilo que me pude aperceber, o novo orçamento de Estado parece ser rigoroso na despesa mas os investimentos faraónicos continuam a existir e a questão coloca-se: quem é que os paga? Enquanto faltarem alternativas políticas para evitar o crescimento desta “nova pobreza” que emerge na nossa contemporaneidade, o futuro apresenta-se com muitas reservas.
É certo que a pobreza não se confina a uma mera falta de dinheiro, incidindo também na falta de acesso às necessidades que conferem dignidade na vida portuguesa. Portugal é o país da União Europeia onde há mais desigualdade social, onde é maior o fosso entre ricos e pobres, o que é característica dos povos em vias de desenvolvimento.

quarta-feira, outubro 19, 2005

A corrupção no mundo

De acordo com a Transparency International (TI) a corrupção alastra como um epidemia que não parece ter cura.
Infelizmente, segundo a TI, os países lusófonos estão bem colocados na escala corruptiva. Portugal está no 26º lugar dos 159 países mais corruptos, conseguindo estar acima do Botswana que ocupa o 32º lugar como o menos corrupto de África. Angola encontra-se entre os países mais corruptos, enquanto que o Brasil resvalou do 59º para o 62º lugar da lista.
É curioso apreciar que Cabo - Verde, Guiné-Bissau, São Tomé ou mesmo Timor continuam a estar fora da lista da TI por não cumprirem alguns requisitos exigidos como, por exemplo, ter três fontes de avaliação distintas.
Para que conste, segundo estes dados, o país menos corrupto é a Islândia que atinge os 9,7 pontos em 10 possíveis. Os mais corruptos, em ex-aqueo, são o Chade e o Bangladesh que atingem os incríveis 1,7 pontos em 10 possíveis.
Uma autêntica pandemia...

terça-feira, outubro 18, 2005

A morte, o tabaco e o humor

segunda-feira, outubro 17, 2005

Frei Tomás...

O Primeiro-Ministro José Sócrates está a ser alvo de críticas por ter usado um Falcon da Força Aérea Portuguesa para se deslocar de Lisboa a Aveiro (448Km ida e volta) a fim de assistir ao jogo de futebol entre Portugal e o Liechtenstein, tendo o custo da viagem sido superior a 2000 Euros.
Sem querer ser miserabilista, mas consciente da grave dificuldade financeira que, dizem, o País atravessa, foi um mau exemplo dado aos portugueses. Sócrates gastou ao erário público o correspondente a seis salários mínimos nacionais! E não foi para resolver problemas de Estado, foi para ver um jogo de futebol.
Bem prega frei Tomás... façam o que ele diz, mas não o que ele faz.

sexta-feira, outubro 14, 2005

Os vencedores das eleições



Em Portugal, a questão é incontornável há já 30 anos: quem é que ganhou as eleições?
Numa visão geral do panorama político português, chegamos à conclusão que, nas de domingo, ganharam todos!
Na verdade, sem muito esforço, é sempre possível arranjar forma de isso suceder neste país - e nem sequer é preciso recorrer a grandes sofismas: Uns, porque tiveram mais votos do que outros; estes, porque, embora tendo menos votos do que os outros, tiveram mais do que tinham antes; outros ainda, porque tiveram menos votos mas tiveram mais câmaras ou vice-versa ; há ainda aqueles que não desceram tanto quanto se dizia ou receava.
Enfim, uma miríade de hipóteses que proporcionaram a felicidade universal...

quinta-feira, outubro 13, 2005

A importância da concessão de uma identidade

Daniel Pipes, New York Sun:
"A courageous speech by George W. Bush last week began a new era in what he calls the 'war on terror.' . . . The detailed texture of Mr. Bush's speech transforms the official American understanding of who the enemy is, moving it from the superficial and inadequate notion of 'terrorism' to the far deeper concept of 'Islamic radicalism.' This change has potentially enduring importance if finally, 26 years later, it convinces polite society to name the enemy."

quarta-feira, outubro 12, 2005

Será mesmo a última ceia?


A Última Ceia de Leonardo da Vinci foi uma obra pictórica realizada para o refeitório de Santa Maria delle Graze em Milão. Um quadro que tem gerado alguma controvérsia mas que, basicamente, representa o momento, durante a Última Ceia, em que Cristo revela ir ser atraiçoado por um dos seus discípulos.
Neste caso, a última ceia transforma-se numa autêntica galeria dos horrores, em que cada um que está aqui representado enche a barriga há mais de um ano com uma farta ceia made in Portugal, apesar da gula ser um dos sete pecados mortais... neste fresco destaca-se a imagem de Jorge Sampaio ocupando o lugar de Cristo na obra de Leonardo da Vinci, imagem influenciada pela cultura humanista, com clareza e serenidade apesar do dramatismo da temática.

terça-feira, outubro 11, 2005

Ano Internacional da Física

Abriu, em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian, uma exposição sobre a física contemporânea. Na sala de mostras temporárias da Avenida de Berna, em vez de pinturas, esculturas ou outras obras de arte, encontram-se agora aparatos científicos e cenários alusivos a algumas das descobertas mais importantes da ciência. A Gulbenkian decidiu associar-se desta forma às actividades deste Ano Internacional da Física, que comemora o centésimo aniversário do ano miraculoso de Albert Einstein.
De facto, foi há precisamente cem anos que o grande cientista, num jorro de espantosa criatividade, produziu cinco trabalhos que abriram as portas da física moderna. Einstein descobriu então uma maneira de observar indirectamente os átomos e moléculas, mostrou a natureza quântica da luz e criou a relatividade restrita. A exposição da Gulbenkian mostra muitas das aplicações práticas das descobertas do grande físico, tornando claro que as pesquisas mais teóricas podem ter as mais inesperadas aplicações práticas. Quem diria que o telemóvel deve algo aos trabalhos de Einstein? Quem diria que os leitores de CD usam uma descoberta teórica do grande físico? Quem iria imaginar que a precisão dos aparelhos GPS não seria possível sem conhecer a relatividade?
Sugestivamente, a exposição intitula-se «À Luz de Einstein». A acompanhá-la há um ciclo de colóquios, estando o próximo marcado para dia 12 de Outubro às 18h.
Neste Ano Internacional da Física, a cultura está um pouco por todo o lado... Esperemos que seja sempre assim.

segunda-feira, outubro 10, 2005

O Prémio Nobel da Paz

Apesar de o ter ganho em parceria com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), o egípcio Mohamed el Baradei, o seu principal director, permite que África mantenha em seu poder o Prémio Nobel da Paz. De facto, el Baradei e a AIEA ganharam o Nobel de 2005 pelo contributo e "pelos esforços para evitar que a energia nuclear seja usada com propósitos militares e para assegurar que a energia nuclear com fins pacíficos seja usada da forma mais segura possível".
Este prémio, para além de enfatizar os seus esforços a favor de uma melhor utilização da energia nuclear é, igualmente, um acontecimento que causa alguma má disposição aos EUA que, desde 2003, vêm tentando impedir que Mohamed el Baradei continue à frente da AIEA, principalmente quando, irritando a Casa Branca, sustentou que não havia provas de que o Iraque possuísse armas de destruição em massa, um dos grandes motivos que levaram a coligação a atacar e a depor Saddam Husseim.

sexta-feira, outubro 07, 2005

Voto electrónico... para quando?



Nas últimas eleições muito se falou acerca do voto electrónico. Agora, que se avizinham duas eleições e, se calhar, um referendo pelo meio, o assunto parece morto. Porquê?

quinta-feira, outubro 06, 2005

Arma eleitoral

Um canal de televisão mostrou que a candidada do CDS, de Porto - de - Mós, aparece num cartaz eleitoral com uma pistola bem visível em cima da secretária. Entrevistada pelo repórter, esclarece que não se trata, afinal, de uma verdadeira pistola mas sim de um isqueiro oferecido por uma pessoa amiga. Como nunca o remove da secretária também não seria agora que o iria tirar só para uma fotografia eleitoral. Nem sei o que mais me tocou... se a "ingenuidade" da candidata, o seu gosto duvidoso ou o facto de ser desprovida do mínimo de bom senso em plenas autárquicas.

quarta-feira, outubro 05, 2005

A implantação da República

"Lisboa amanheceu hoje ao som do troar da artilharia. Proclamada por importantes forças do exército, por toda a armada e auxiliada pelo concurso popular, a República tem hoje o seu primeiro dia de História! [...]
Hoje, 5 de Outubro de 1910, às 11 horas da manhã, foi proclamada a República em Portugal na Sala Nobre do Município de Lisboa, depois de ter terminado o movimento da revolução nacional. Constituiu-se imediatamente o Governo Provisório sob a Presidência do Dr. Teófilo Braga."

In Jornal O MUNDO, 5 de Outubro de 1910
Diário do Governo, 6 de Outubro de 1910

terça-feira, outubro 04, 2005

O humanismo laico como neo - paganismo?

Há algum tempo, no encontro das juventudes católicas realizado na Alemanha, o Papa Bento XVI condenou, como lhe competia, a barbárie nazi e atribuíu à natureza neo-pagã do regime hitleriano a origem dos crimes cometidos contra a humanidade. Pareceu-me escasso como explicação... até porque o humanismo laico de um Willy Brandt, que combateu sem sofismas esses crimes na própria altura, não devia andar longe de um neo-paganismo em que o Homem fosse a medida de todas as coisas.

segunda-feira, outubro 03, 2005

Dicas para uma semana de trabalho