Alguns Pensamentos...

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quarta-feira, janeiro 21, 2009

O fim

Ao contrário do dito popular que refere que “tudo o que é bom acaba depressa”, este blogue demorou anos até conhecer, hoje, o seu fim. Chegou a hora da sua despedida.
Foi uma viagem alucinante de 2005 a 2008 que só foi possível pelo eco que foi tendo junto dos vários leitores que por aqui descansavam os olhos. Alguns pensamentos tornaram-se, sobretudo no ano transacto, mais um fardo do que um prazer, que o espaçamento cada vez mais longo dos seus posts testemunham.
Fruto do seu percurso, este blogue termina com a convicção de que esta experiência partilhada pode renovar-se brevemente. Afinal, um ponto de chegada é sempre um ponto de partida que não dominamos. Agradeço a todos aqueles que acompanharam o nascimento e o crescimento desta experiência blogosférica.

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Parte, Sara

Ouve-me, Sara, ouve-me.

Disseram-te: minha filha, tu és isto e aquilo.
E eu digo-te: tu és como és, Sara.

Disseram-te: as coisas são o que são. Querer que elas sejam outra coisa é tolice e pecado, presunção, sonho infantil, revolta.
E eu digo-te: transforma o mundo, Sara.

Disseram-te: faz bem o que tens a fazer, respeita a lei, ocupa o lugar que te é devido.
E eu digo-te: parte, Sara.

Disseram-te: minha filha, vela pela tua saúde, procura ser normal e sã e comportar-te sempre como deve ser.
E eu digo-te: muda a tua fraqueza para força e sê livre, Sara, minha irmã.

Maurice Bellet, “Les survivants”, 1974

quinta-feira, outubro 23, 2008

Uma espécie de hino...

A canção que tiveram oportunidade de ouvir foi proposta, de um modo provocatório, para substituir o hino nacional. O número de assinantes que sugeriu esta troca cresce diariamente através de uma petição que circula pelos correios electrónicos.
Este desejo de mudança reflecte o estado do país? O que é que isto significa? Tem algum tipo de pertinência?
O certo é que a música é um fiel retrato do nosso Portugal. Deliciem-se com esta música aspirante a hino da nação.

segunda-feira, setembro 29, 2008

Nada é para si

"A chuva não cai para si, o sol para si não brilha;
Tu também para os outros és criado, e não para ti."

Angelus Silesius

terça-feira, setembro 23, 2008

Em jeito de desabafo

A escola é um armazém de três turnos de um milhar de alunos e é por vezes impensável o enquadramento físico dos mesmos dentro do reduzido espaço que lhes cabe. A escola em vez de ser um lugar de convivência, descoberta e criação, torna-se uma espécie de um local de "agressão" e de competitividade entre o que é urgente fazer, aprender e o que seria desejável e pedagógico transmitir. A educação fica submersa no meio da complexidade dos horários, dos espaços compactados, da extensão dos currículos, da aridez de certas matérias, das condições violentas exigidas a vários professores para quem ensinar acaba por ser dar séries de aulas a séries de turmas que são praticamente agredidas com o despejo da matéria. Para onde queremos caminhar? Que tipo de pessoas queremos formar?

quinta-feira, setembro 18, 2008

Partilha de poder

Em sessão pública Mugabe e Tsvangirai, com o apoio de Arthur Mutambara, assinaram o acordo de partilha de poder entre eles e a constituição de um governo de unidade nacional com cerca de trinta ministros.À primeira vista os dados parecem bem lançados para a formação governativa. No entanto, não parece clara a distribuição dos pelouros ministeriáveis nem a atitude de Mugabe. A antiga oposição ficará com dezasseis ministérios e a ZANU-PF com quinze lugares. Como serão distribuidos os dezasseis da maioria? A ZANU-PF terá mais ministros? Quanto a Mugabe, aceitará a tutela da segurança por parte de Tsvangirai?

quinta-feira, setembro 11, 2008

Presentes!

Várias forças policiais lançaram uma série de acções de fiscalização em vários núcleos urbanos do país que tentaram dar um sinal à população de que está activa e actuante. No entanto, estas acções não deixam de ter um carácter pernicioso: por um lado, produzem associações entre a criminalidade grave e determinados grupos e bairros típicos e estigmatizados que se encontram já marginalizados socialmente e, por outro lado, potencia clivagens e medos mútuos donde saem as superpolícias como soluções mágicas.