Alguns Pensamentos...

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segunda-feira, abril 30, 2007

A cereja em cima do bolo

A escolha de Pina Moura e de José Lemos para presidente não executivo e administrador da Media Capital, empresa que controla a TVI, confirma os receios de todos os que criticaram a compra da estação pela Prisa, o grupo espanhol que detém o ‘El País’, jornal que não esconde a sua orientação pró-Governo de José Luis Zapatero.
Ora a Prisa, quando fez a primeira investida para entrar no mercado português, na altura em que o PS já tinha ganho as eleições mas ainda não formara Governo, perdeu o Grupo Lusomundo para o empresário Joaquim Oliveira. Sócrates e o PS ficaram irritados pela urgência com que a operação foi decidida pela anterior administração da PT e a Prisa insinuou que as cartas estavam marcadas.
Não demorou muito, contudo, a que a Prisa chegasse a um entendimento com Miguel Pais do Amaral, dono da TVI, para vir a controlar a estação. O governo foi criticado por permitir que uma empresa estrangeira comprasse a estação líder de audiências sem qualquer oposição ou uma palavra de crítica — mas alegou tratar-se de um negócio privado. O administrador João Van Zeller demitiu-se, dizendo recear pela independência editorial da TVI.
Depois disso, sabe-se que Manuela Moura Guedes deixou de ser o principal «pivot» da estação e o director-geral, José Eduardo Moniz, vive uma guerra surda com os seus accionistas, que já lhe impuseram um director de informação. A escolha de dois membros do PS, um dos quais com grande influência política, para a administração da TVI, é a cereja em cima do bolo...

sexta-feira, abril 27, 2007

Noite de aniversário e uma dúvida...

Como se diz Leonor em italiano? Parole, parole?

quarta-feira, abril 25, 2007

O sentido do 25 de Abril


terça-feira, abril 24, 2007

O encerramento da Universidade Independente

O encerramento, ainda que provisório, da Universidade Independente (UnI) era o único epílogo possível para uma novela triste que se arrastava há já algum tempo. Em resultado de todo este episódio, os alunos da instituição (actuais e antigos) viram as suas habilitações académicas subitamente descredibilizadas. De positivo, apenas o facto de se reflectir sobre a qualidade das instituições privadas de ensino superior que pululam por todo o país.
As universidades privadas em Portugal, salvo honrosas excepções, nasceram por excesso de procura, com os milhares de estudantes que não conseguiam colocação nos estabelecimentos públicos. Em vez de se afirmarem pelo seu prestígio, muitas das universidades privadas procuravam apenas arrebanhar o máximo de alunos contando, para isso, com a inclusão de algumas figuras públicas no seu corpo docente, sendo que, na maioria dos casos, estas apenas emprestam o seu nome. Quanto aos actuais alunos da UnI, a transferência para outras universidades privadas, ainda para mais com o anátema de virem da «Independente», dificilmente servirá para atenuar o revés agora sofrido. A corrida aos alunos da UnI, que segundo o Diário de Notícias valem oito milhões de euros por ano, já começou, com as diversas universidades privadas a tentarem seduzir os estudantes.
Importa agora que se faça uma inspecção rigorosa a todos os estabelecimentos – públicos e privados - e avaliar de facto a qualidade do ensino praticado.

segunda-feira, abril 23, 2007

Chegou a hora de me defender

Sócrates está de parabéns: contra a suspeita instalada foi o mais convincente possível. "Chegou a hora de me defender" - disse. E defendeu-se como muito bem pôde e quis.
Negou más-intenções, favorecimentos, ilegalidades. Afastou dúvidas e insinuações que apelidou de mal-intencionadas. Bem vistas as coisas, só não apagou esta grande verdade: há factos que falam por si...

sábado, abril 21, 2007

As reformas

Um estudo do Diário Económico revela que as reformas do sector público são, em média, três vezes superiores às do sector privado. Não se duvida de que os trabalhadores da Administração Pública têm razões de queixa mas, com dados assim, eles que pensem nas razões dos da privada.

quinta-feira, abril 19, 2007

Citação

«Ouvi contar, a respeito de um pobre lavrador, morto num leito do hospital, que, quando o padre chegou para, na extrema-unção, lhe ungir as mãos, o moribundo resistia a abrir a direita em que guardava umas moedas sujas, sem se lembrar de que, dentro em breve, não seria senhor de si nem da sua mão. Do mesmo modo procedemos nós, fechando e apertando, não a mão, mas o coração, querendo nele conservar o mundo.»
Unamuno, Miguel de, Do Sentimento Trágico da Vida, p. 42

segunda-feira, abril 16, 2007

O perdão iraniano

Ao libertar os quinze marinheiros britânicos, o Presidente Ahmadinejad quis mostrar ao mundo que o regime de Teerão também é magnânimo. Mas, na verdade, o que disse foi que o Irão não desiste nem de ser uma potência regional nem de continuar o seu programa nuclear e que, se lhe derem oportunidade, não hesitará em praticar novos actos semelhantes para atingir aqueles objectivos.

sexta-feira, abril 06, 2007

O Allgarve fica em Poortugal

A apresentação do programa de promoção turística do Algarve surpreendeu e, pelos vistos, indignou alguns responsáveis (públicos) da região e do país. Da inclusão de uma simples letra no nome surgiu o mote da discórdia: Allgarve.
O ministro da Economia gastou três milhões de euros para fazer um trocadilho que além do atentado ao idioma com a colaboração do Governo, modificou, nesta campanha especial, o nome da região que pelas boas regras do «marketing» se deveria manter e afirmar em todas as circunstâncias. Portugal ficou sem três milhões numa pobre iniciativa...

domingo, abril 01, 2007

Mortos e enterrados

Se um concurso televisivo tivesse a relevância política que lhe querem atribuir, seria provavelmente de emigrar. Porém, como escreveu Eduardo Lourenço na revista «Visão», o programa revela – numa perspectiva positiva – que vivemos «na forma mais alta da democracia, perdida de amores pelos seus assassinos reais ou virtuais».
Os vencedores estão mortos e enterrados, tanto real como metaforicamente.