Alguns Pensamentos...

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sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Estamos quase lá...

Joaquim Oliveira demitiu as direcções do Diário de Notícias e do 24 Horas devido «aos fracos resultados dos dois diários». Não é ainda uma confirmação de que o bom jornalismo é o que dá milhões, mas já estivemos mais longe. A continuar assim, ainda iremos ter jornais sem notícias. Desde que sejam rentáveis... claro.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

O amor e as abstracções

No Público veio um artigo assinado por António Bento, professor de filosofia e de comunicação da Universidade da Beira Interior, sobre Hannah Arendt.
Nele se evoca e recupera a indeclinável utopia de Arendt em querer depurar a análise política de qualquer filosofia, quando parece que o que ela própria mais faz é depurar a filosofia de toda e qualquer política:

"Nunca na minha vida 'amei' um povo ou um grupo - nem o povo alemão, nem o povo francês, nem o povo americano, nem a classe operária, nem nada disso. De facto, amo apenas os meus amigos. E a única forma de amor que conheço e na qual acredito é o amor das pessoas."

Arendt confirmando que a razão está do lado de Hume e de tantos outros: o amor dá-se mal com as abstracções.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

O desconforto das previsões

As palavras do governador do Banco de Portugal indicando uma previsão de crescimento moderado, mas consistente da economia podem ser assumidas sem descrença e com toda a razoabilidade. Porém, com os sinais da inflação e a subida das taxas de juro, a perspectiva de evolução do rendimento disponível nas famílias é menos acomodável do que a esperança do governador Vítor Constâncio quanto à solvência dos portugueses.
Animado pelas recentes estimativas sobre o desempenho das finanças públicas em 2006 e a aceitação, por Bruxelas, do PEC português actualizado em Dezembro, este governo vai marcando passo em áreas fundamentais da política económica, segundo diagnóstico e prioridades apontadas esta semana pela OCDE (relatório Going for Growth, 2007).
Entre algum deslumbramento à falta de uma oposição capaz e um certo ar folgado face aos resultados do esforço demonstrado na consolidação orçamental (6 para 4,6% do PIB em dois anos), com as medidas anunciadas para reforma da administração pública, o governo sabe que muito está por fazer, que o caminho ainda é longo e que o atraso na implementação de reformas vai gerando consequências e facturas que terão, mais tarde ou mais cedo, que ser cobradas.
Um crescimento «moderado» de 1,8% - que se espera tenha maior contribuição do investimento - acompanhado de uma taxa de desemprego praticamente estagnada nos 7,4%, tornam legítimo exigir mais acção e rapidez na governação.
Com mais dois anos de mandato pela frente e um ambiente de convivência institucional, nada se diz sobre a dinamização do investimento e do emprego, nem sobre a implementação efectiva de medidas de redução, ao invés de contenção, da despesa pública.
Para lá de medidas e programas sonantes respeitantes à eficiência energética e ao simplex, sobram desafios decisivos como o objectivo do défice para este ano (3,7%) e o aviso de que a eficiência fiscal não resolve tudo.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Folia verbal

O ministro Manuel Pinho parece ter um especial pendor para formular as declarações mais inacreditáveis nos momentos menos inapropriados. Desta vez escolheu uma plateia gigantesca: a China. Para dizer o quê? Que em Portugal se ganha mal, algo que todos sabem mas que ele apresentou como vantagem para potenciais investimentos. Dizer isto na China, embora o ministro não pareça ter noção, é o mesmo que tentar vender barris de petróleo à Arábia Saudita, pois pessoas a ganhar mal tem a China de sobra. Mas o ministro não se ficou por aqui, ainda invocando as relações privilegiadas de Portugal com a África ignorando, ou fingindo ignorar, que a China neste particular domínio já garantiu nos últimos três anos, com uma velocidade e eficácia alucinantes, muito mais relações privilegiadas do que Portugal alguma vez conseguirá assegurar. Por esta razão, está o Presidente Hu Jintao num périplo africano enquanto José Sócrates e a sua comitiva preferem olhar para a ausência presidencial chinesa como um mero acidente de agenda.
Como a noite era de explícita folia verbal, o ministro ainda conseguiu cometer o erro de insultar os parceiros comunitários referindo-se à segurança e estabilidade política como características exclusivas de Portugal, não existindo noutros países europeus. Quais? Não arriscou.
Fica no ar a dúvida: será que Manuel Pinho irá decidir continuar a incluir nos seus discursos outros factos que provam a nossa debilidade crónica perante outras economias? O que ganhará Portugal com este aviltamento da sua imagem perante uma potência em rápida ascensão no mundo?

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Post para um futuro não muito longínquo

Tenho calor.