Alguns Pensamentos...

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sexta-feira, outubro 28, 2005

O cientificamente possível é eticamente viável?

Alguns somos magros, outros muito magros, gordos ou muito gordos; somos altos, muito altos, baixos ou muito baixos; somos fortes, muito fortes, fracos ou muito fracos. Numa palavra, somos diferentes até mesmo no pensar e no sentir. Ninguém diria, por isso, que tão pouco nos separa uns dos outros.
Segundo os cientistas que vêm decifrando toda a informação contida no genona humano é isso mesmo que acontece, isto é, somente 0,1% do dito genoma nos distingue, o que significa que partilhamos 99,9% do nosso património genético. Actualmente existem variados esforços no sentido de se criar um mapa dos padrões de variação genética entre os seres humanos para permitir investigar o que pode afectar a saúde e o modo como as doenças com origem em vários genes são ou não influenciáveis.
Escusado será dizer que vem aí um admirável mundo novo que tal como o livro escrito por Aldous Huxley, poderá possibilitar a emergência de um (hipotético) futuro onde as pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a viverem em harmonia com as leis e regras sociais, dentro de uma sociedade organizada por castas, podendo chegar ao cúmulo de se desenvolver um contraponto entre esta hipotética civilização ultra-estruturada com a finalidade de obter a felicidade de todos os seus membros, qualquer que seja a sua posição social e as impressões humanas e sensíveis do "selvagem" John que, visto como algo aberrante, cria um fascínio estranho entre os habitantes do "Admirável Mundo Novo".
Mais tarde, Aldous Huxley escreveu outro livro chamado Retorno ao Admirável Mundo Novo, que se caracteriza por um ensaio onde demonstra que muitas das "profecias" do seu romance estavam a ser realizadas graças ao "progresso" científico, no que diz respeito à manipulação da vontade de seres humanos. Actualmente, estaremos assim tão longe destas ideias?