Alguns Pensamentos...

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segunda-feira, maio 29, 2006

Os oásis e os desertos

Portugal, a periferia da Europa, cresceu em vários sentidos desenfreadamente, tijolo sobre tijolo, sem tacto e a viver da relação entre a construção civil e a banca, resultando este percurso num convite ao abandono do Portugal interior. No fundo, o da periferia da periferia do Velho Continente.
A desertificação do território nacional personifica a realidade do passado vivida no presente. Ao traçar um roteiro para a inclusão, o agora Presidente da República pode dar um importante contributo para o País perceber para onde deve caminhar.
Fazendo um leve mea culpa, Cavaco Silva recusou a ideia de que o interior de Portugal se encontre condenado ao isolamento, renovando o apelo para que a sociedade civil se mobilize na luta contra a exclusão social. Mas para salvar o interior deve-se talvez começar por colocar ordem nos pontos de fuga das populações: as grandes cidades.
Face à conjuntura histórica, colocar um pé no travão e fazer aplicar efectivamente as leis e planos de ordenamento do território assemelha-se a desejar plantar um oásis no meio de um deserto. Se nada for feito, nas metrópoles e no litoral a selva continuará até nada mais não ser do que areia...