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sexta-feira, maio 26, 2006

Ética e abuso

Venha o código de ética, “um código de conduta que impeça os menos sérios ou os mais desatinados entre as empresas de conselho em comunicação de fazerem promessas que não podem cumprir e que são eticamente reprováveis” – proclamava Luis Paixão Martins, em artigo publicado ontem no Público.
Mas desde quando é que um código de ética evitou que os menos sérios continuassem a praticar actos eticamente reprováveis? Sim, desde quando? Deontológica, teleológica ou fenomenológica, pouco importa, a ética emerge do foro íntimo e determina uma atitude ou pensamento próprio, na relação com o outro. Hume disse um dia que “nada é mais livre que a imaginação humana”.
O mesmo se poderia afirmar do pensamento. Na prática, todos têm o seu quadro axiológico, todos se reclamam dos mais nobres princípios, todos formam uma ideia de “bem”. Mas o “bem” pode adequar-se melhor ao próprio do que aos outros, ofendê-los até. Daí que, em caso de atropelo ou abuso, a comunidade reaja, censurando e punindo, com os meios legais que tem ao seu alcance. Uma coisa é certa: já de nada adiantaria recorrer à ética, pois o abuso é a melhor prova de que a dita não funcionou.