A mente e o terrorismo

Ontem tive oportunidade de conversar com uma amiga minha, formada em psicologia, sobre o atentado que teve lugar em Londres. Conversa corriqueira, com quadros de reflexão distintos decorrente da nossa formação também ela distinta, mas que serviu para me pôr a pensar sobre um outro efeito que o terrorismo pode provocar, não tão mediático, mas de uma importância capital: o efeito mental no indivíduo.

A alteração da percepção da realidade por parte do indivíduo pode ter origem numa espécie de contágio mental, que, enquanto fenómeno psicológico, representa o elemento essencial da propagação de atitudes, opiniões e de crenças, muitas vezes de um modo inconsciente sem que nesse processo intervenha o raciocínio ou a reflexão, podendo mesmo desenvolver comportamentos de massa. É certo que o contágio mental pode ser limitado pela acção inibidora da vontade, mas quando se fala de grandes multidões, de massas humanas, o contágio mental exerce facilmente a sua influência, transformando por completo as pessoas como, por exemplo, seres pacíficos em ousados guerreiros, conduzindo as suas vítimas aos mais diversos comportamentos, desde pânico, histeria ou paranóia. O rastilho que despoleta todas estas acções que afectam diariamente o quotidiano dos indivíduos pode ir de um simples rumor a um acto terrorista. Trata-se, portanto, de um fenómeno que pode manifestar-se de diversas formas e que conduz as suas vítimas aos mais diversos comportamentos.

Um acto terrorista pode marcar profundamente a saúde mental de uma pessoa, causando danos com os quais uma vítima, directa ou indirecta, tem de lidar diariamente, recordando para sempre um fatídico dia que alterou a sua forma de viver.