Alguns Pensamentos...

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quarta-feira, junho 27, 2007

Exclusão social

A educação dos filhos é um sonho que muitos pais procuram realizar o melhor que podem, mas os primeiros passos desta aventura são, para muitas famílias, uma experiência tortuosa.
Com base na avaliação de rotina realizada ao ensino pré-escolar nos últimos meses do ano passado, o país soube que 25% das crianças não teve vaga na rede pública de infantários.
Em regiões como Lisboa, a estatística atinge 60%. Aliás, esta é a razão pela qual o negócio das creches e infantários floresce em muitos concelhos da periferia da capital.
O que uma parte do relatório público traduz é a dificuldade de muitos pais e mães que não dispõem de recursos para inscrever os filhos em estabelecimentos privados. Muitos desses casos, quando superados, representam um penoso encargo sem a contrapartida de uma garantia de qualidade sistematicamente controlada, exceptuando honrosas e sobrelotadas excepções.
Cabendo ao Estado garantir condições universais e equitativas de acesso ao Ensino - quer público, quer privado - para todos, vários seriam os argumentos (de ordem demográfica, socio-económica, tecnológicas, etc) a favor de um investimento público mais forte na rede pré-escolar.
O que os números do referido relatório da Inspecção Geral do Ensino mostram, na idade do pré-escolar, é uma forma de exclusão social. Enquanto soam alguns alertas institucionais para esta e outras formas de segregação, vai-se vendendo a ideia da sociedade da informação e promovem-se unidades de missão tecnológica em prol da info-inclusão.
Nos graus de ensino subsequentes, outros aspectos de funcionamento da escola em Portugal vão adiando promessas repetentes. Neste quadro, também se espera que o Governo vá monitorizando o saldo das experiências piloto dos novos agrupamentos de escolas.
O caso da educação - como outros, nas áreas da saúde a justiça – provam como a crua realidade dos números pulveriza qualquer exercício de demagogia.
Como se sabe, estão anunciados avultados investimentos em novos equipamentos sociais, incluindo creches. Espera-se que tantos milhões de euros ajudem a aumentar a cobertura da rede escolar e a qualidade do ensino em Portugal.