Alguns Pensamentos...

soalgunspensamentos@yahoo.com.br

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Quem tem filhos tem sarilhos...

Houve tempos, na Europa, em que os filhos eram um importante factor económico - braços para o trabalho no campo ou para ajudar um artesão na oficina. Esses tempos passaram. Hoje, os filhos surgem a muitos casais como empecilhos nas carreiras, nas noitadas, nas férias e nos rendimentos. O velho provérbio «Quem tem filhos tem cadilhos», ou seja, tem aflições e inquietudes, tornou-se, progressivamente em «Quem tem filhos tem sarilhos» porque no sistema de vida europeu e ocidental os filhos são, realmente, um sarilho.
Ao oferecerem 67% do salário líquido de uma mulher (até 1800 euros/mês, durante um ano, com os respectivos subsídios de Natal e férias), mantendo os vínculos laborais, os alemães trocam competitividade por maternidade. A ideia não é nova, uma vez que em diversos países europeus existiam já diversos incentivos ao nascimento. O problema é que nem sempre tem funcionado bem uma vez que o desenvolvimento parece acarretar, como maldição, a baixa de natalidade, fenómeno que - imagine-se! - começa já a atingir a China, que ainda há poucos anos implementou a limitação do número de filhos.
Em Portugal, como demasiadas vezes acontece, vamos bastante atrasados nesta matéria. A natalidade é decrescente, mas as vantagens de ter filhos quase não existem. Às mães, nomeadamente às jovens mães que acabam de ter o primeiro emprego, poucas ou nenhumas condições são dadas e as poucas medidas que se tomaram não passam de paliativos, como a baixa do imposto sobre as fraldas de 21% para 5% !
É possível que a tendência seja inelutável. Mas antes de nos entregarmos à fatalidade da extinção poderíamos, a exemplo dos alemães, ensaiar um conjunto de medidas que favoreçam a maternidade, desde logo nos impostos e nas condições de vida e de trabalho dos casais mais jovens.

2 Comments:

Blogger Desambientado said...

Se o Estado estivesse deveras interessado, tal seria possível. Para o Estado estar interessado é preciso que a população o dê a entender...e a cidadania activa no nosso país está muito lenta.

Cumprimentos.

22:53  
Blogger David Soares said...

Caro desambientado,

A expressão de uma cidadania consciente começa a despoletar quando estiver em jogo o bem comum que ultrapassa em muito os desígnios estatais de um desenvolvimento estéril, oco e meramente economicista. Outras preocupações relacionadas com a sustentação do quotidiano e com a realização plena do indivíduo ganharão protagonismo que o Estado não poderá ignorar tendo em conta a manutenção da coexistência da vida em comum.

Cumprimentos

13:24  

Enviar um comentário

<< Home