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segunda-feira, setembro 26, 2005

Que rumo para a Guiné - Bissau?

A Guiné-Bissau fez ontem 32 anos de existência como Estado independente mas ainda não como Nação. Declarada, unilateralmente, a independência a 24 de Setembro de 1973, através de uma declaração lida por "Nino" Vieira, então presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) nas zonas libertadas pelo PAIGC, só viu reconhecida a sua independência, por Portugal, a potência colonizadora, quase um ano depois, a 10 de Setembro de 1974, pelas mãos de Mário Soares e de Pedro Pires. Interessante o facto de estas três personalidades são, ou foram, ou estão em vias de ser, novamente, presidentes.
A pobreza endémica – mais devido à corrupção que à falta de condições agro-económicas e vontade do povo –, sem luz eléctrica há cerca de dois meses, deficiente fornecimento de água, salários em atraso – o Estado é o principal empregador –, uma classe empresarial deficiente (com grande parte das empresas nas mãos de um homem ou de um grupo por ele dominado), uma posição no índice de Desenvolvimento Humano que coloca a Guiné - Bissau no 6º lugar das regiões mais pobres do mundo e uma crise epidémica de cólera que não parece esbater, tornam-na num dos Estados mais pobres de África e do mundo, só suplantando Chad, Mali, Burkina Faso, Serra Leoa e Níger. Quem diria... tudo países africanos.
Pois veremos o que nos trará o 1º de Outubro, quando “Nino” tomar posse e co-habitar com o seu inimigo político e primeiro-ministro (e antigos aliados no PAIGC – mas quando é que os guineenses deixam cair o “C” e se tornam no partido nacional – e se viram de uma vez por todas para dentro?) Carlos Gomes Júnior continua, apesar das decisões do Supremo Tribunal, a questionar a vitória do candidato “Nino” Vieira. Bom seria que ambos dessem as mãos e concentrassem exclusivamente as suas forças em prol do desenvolvimento do Estado da Guiné-Bissau e o tornassem num futuro próximo numa Nação.
Até que isso aconteça, iremos continuar a ver um Estado paupérrimo assente em absurdos equívocos que a Comunidade Internacional começa a não mais tolerar, nem os doadores, em Novembro, acobertar.