Alguns Pensamentos...

soalgunspensamentos@yahoo.com.br

sexta-feira, novembro 09, 2007

A relação e o valor

Esboça-se actualmente uma tendência para considerar o valor como alguma coisa de dinâmico, sempre possível pela liberdade do sujeito. Na linha desta doutrina, o homem não tem que aderir a uma ordem exterior a si, universalmente válida. Tem antes que se realizar, construindo-se em liberdade total, porque o seu caso é singular e únicas as coordenadas que estruturam a sua realidade existencial.
E daqui há quem conclua que não há valores universais, desencarnados, imutáveis, separáveis da vida, mas que, por exemplo, o Bem e a Justiça, entre outros, só tem realidade para o homem na medida em que os faz seus, na medida em que os converte em vida. Mais do que isso: não tem, mesmo, outra realidade senão a que é conferida pela liberdade individual.
Por outro lado, concluem ainda que o único critério adequado de juízo é o critério subjectivo, à medida do sujeito. E assim se chega a um relativismo moral que identifica o valor com situação. Neste sentido, julgando realizar-se totalmente, fazendo da liberdade a fonte de todos os valores, o homem acaba por se negar, porque a chave do problema está, não em considerar o valor como alguma coisa de nominal, construção teórica da inteligência, mas como alguma coisa de ontológico que obriga todos os homens e, por isso, obriga cada um, embora em medida diferente. É verdade que o dever moral varia, em certa maneira, para cada homem, segundo as suas capacidades.
Daí, porém, não se conclui que tenha de ser construido; apenas se diz que o grau de relação é diferente. E é neste plano da relação que o problema do valor tem de ser colocado, para ser resolvido.