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quarta-feira, abril 26, 2006

As tensões mundiais

À medida que se aproxima o fim do prazo do ultimato do Conselho de Segurança das Nações Unidas ao Irão, na próxima sexta-feira, a corda vai sendo esticada ao máximo de parte a parte.
Nos Estados Unidos, depois de, na semana passada, o Presidente George Bush ter garantido que a opção militar se mantinha em cima da mesa, a secretária de Estado, Condoleezza Rice, veio à Europa para tentar concertar posições em relação ao problemático dossier,que ninguém sabe como manejar. Washington, no entanto, continua a privilegiar a via diplomática dizendo que o Irão não é o Iraque. Outras figuras americanas, republicanas e democratas, têm feito o mesmo elogio ao diálogo.
No Irão, por sua vez, acumulam-se as declarações assertivas. Enquanto o «ayatolla» Ali Khamenei, guia supremo da revolução iraniana, oferece os préstimos do seu país para a transferência de tecnologia nuclear, o Presidente Ahmadinejad não só voltou a reiterar a vontade do Irão de prosseguir o programa nuclear, como ameaçou retirar o país da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
A União Europeia, por seu lado, pouco diz. Face à pretensão dos EUA de que o Conselho de Segurança aplique uma resolução que contemple a interrupção das relações comerciais e diplomáticas e o uso da força armada, Javier Solana, o «senhor» da Política Externa, afirmou que o Conselho não está a encarar a opção militar. Outras vozes na Europa, como a Alemanha, recomendam paciência enquanto que os esforços da Rússia parecem impotentes.
A acrescentar ao presente aumento de tensão, há um agravamento sério da instabilidade por todo o Médio Oriente. Nos dois teatros de guerra em que estão envolvidos os Estados Unidos (e não só, também a NATO e Portugal) as coisas estão a correr mal. No Iraque, durante este mês, os combates voltaram a recrudescer, equanto que, no Afeganistão tudo indica que já está em marcha a prevista «ofensiva da Primavera», numa combinação de talibãs, senhores da guerra afegãos, efectivos da Al-Qaida e grupos de militantes paquistaneses.
O risco do vaso transbordar é grande. Israel vai dando sinais de algum descontrolo, perante as ameaças repetidas do Presidente iraniano de a «riscar do mapa». E, na Palestina, a situação também não parece fácil. Depois dos confrontos dos últimos dias entre seguidores do Hamas e da Al Fatah, começa a temer-se que sejam o prenúncio de uma guerra civil palestiniana.
Alguém ainda acredita que o mundo esteja hoje mais seguro?