Alguns Pensamentos...

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quarta-feira, novembro 23, 2005

A esfericidade da Terra

Aristóteles (384–322 a.C.) listava duas observações decisivas: a visão do firmamento ser diferente em diferentes latitudes e a forma circular da sombra da Terra sobre a lua durante os eclipses. Nenhuma destas provas é fácil de realizar, mas ambas estão ao nosso alcance. A primeira obriga a viajar e observar. Será preciso, no mínimo, viajar do norte ao sul do país para se começar a perceber que há estrelas que, num local, se vêem a roçar o horizonte e noutro aparecem um pouco mais acima. Em alternativa, pode-se medir a altura da estrela polar, que no Minho é uns quatro graus superior à do Algarve.
O horizonte não está no mesmo plano nos dois locais. Seguimos a curvatura da Terra ao viajar de um lado para outro e, por isso, muda o céu que vemos.
A segunda prova de Aristóteles obriga a esperar por um eclipse lunar. Nessa altura, vê-se que a sombra que a Terra projecta sobre a lua tem a fronteira sempre convexa, como dizia Aristóteles... A Terra tem de ser redonda...
Estas e outras provas eram consideradas tão decisivas que o sábio romano Plínio - o - Velho (23–79 d.C.) dizia que a forma esférica da Terra é o primeiro facto acerca do qual há um acordo generalizado. Não foi pois Cristóvão Colombo quem mostrou que a Terra é redonda, como por vezes se afirma.
Mas há outras provas ainda mais interessantes, apesar de menos conclusivas. A minha prova favorita apenas necessita de um pôr do sol junto ao mar e de nuvens. Depois de o sol mergulhar no oceano, há nuvens que se mantêm iluminadas pelos raios vermelhos da nossa estrela. Estão mais altas que nós e o sol ainda as alcança; isso acontece em qualquer local. O oceano tem de ter uma curvatura...