O país em suspenso

O espírito de férias, para os portugueses, sempre foi superior a qualquer crise ou problema, constituindo uma espécie de hiato mensal, de amnésia colectiva, que assola tudo e todos por esta altura.
O país já está a funcionar num ritmo ligeiro e o "encerramento" está previsto para o próximo fim de semana, atingindo praticamente todos, incluindo candidatos, políticos, governos, empresas e particulares. Se houvesse uma dinâmica muito positiva, de quem não luta contra um estado de dita crise, as férias até chegariam como corolário de um trabalho árduo e passariam normalmente. Mas não sendo este o cenário que o nosso país atravessa parece que, como paleativo, mais vale esquecer, fazer uma interrupção, intervalar, e depois logo se vê... as autárquicas vão abrandar, das presidenciais são só palpites, o país vai andando, e das empresas só se deseja que passe o trimestre tradicionalmente mais desapontador. Neste período, as maiores preocupações deixaram de existir, só havendo uma: gozar as (merecidas) férias.