Alguns Pensamentos...

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quarta-feira, abril 05, 2006

A Polícia Judiciária

Há um largo, intenso e louvável trabalho da Polícia Judiciária (PJ) que não é visível aos olhos do comum cidadão e que não pode ser esquecido, em especial tendo em conta as condições em que muitas das repartições e instalações desta polícia funcionam.
Enquanto polícia de investigação criminal, a PJ não serve executivos, mas sim, os portugueses e a sua segurança, cumprindo e fazendo cumprir a lei, de forma independente e transparente. Haverá quem queira mudar esta noção? Sim, talvez. Possivelmente, não mudar. Provavelmente, controlar.
Debateram-se muitos aspectos para explicar a crise na PJ, que acabaria por culminar com a nomeação de um novo director nacional. A questão do controlo das relações internacionais por entidades como a Europol, por exemplo, assemelha-se mais a um fait divers do que propriamente a um motivo por si só capaz de explicar a ruptura.
Por isso, as mudanças na direcção da PJ rodeiam-se de demasiadas interrogações sobre os objectivos do Governo. Tanto o primeiro-ministro, José Sócrates como o ministro da Justiça, Alberto Costa, lidaram com a situação de forma desastrada, perante a sequência de notícias dando conta do colapso finaceiro da instituição, num acto de digestão política a que juntou outro governante, António Costa.
Perante tanto mal-estar, a demissão de Santos Cabral - homem descrito como dedicado e firme e aparentemente bem visto no seio da PJ - foi tudo menos pacífica. Poucos se demitem de um cargo e dão tantas entrevistas depois do abandono de funções.
Face ao risco de falta de independência da PJ, algo parece ir mal no reino... resta saber se no da Gomes Freire ou se no de São Bento.