A humanidade e a mentira
Hoje é um dia em que, um pouco por todo o mundo ocidental, as mentiras ganham alguma relevância sendo, de certa maneira, tidas como lícitas ou, pelo menos, não reprováveis.
Portugal inscreve-se nesta tradição, mas parece que ja permanece nela há bastante tempo, fazendo mesmo da mentira um dos alicerces fundamentais da sua conduta. Ela tem adquirido, nestes últimos tempos, múltiplas formas, revestindo-se de um carácter político, económico, religioso e mesmo matrimonial. Em todos estes campos, as mentiras têm vindo a posicionar-se de uma forma preocupante, chegando a ser o cerne de muitas formas de agir não só individuais mas, num campo mais amplo, sociais. Elas insinuam-se cada vez mais como uma espécie de base da civilização contemporânea e como regra para quem quiser viver em sociedade. Hoje em dia, a mentira é vista como utilitária socialmente, contribuindo para a formação de uma ordem social harmónica, coexistindo com a verdade de uma forma misteriosa e, de certo modo, atractiva.
Mas o que é a verdade? ou o que são as verdades? Sobre esta questão já se interrogava Pilatos há anos atrás e ainda hoje o debate prossegue. Numa sociedade plural, tende a não existir só uma verdade mas verdades, embora não seja impossível a existência de uma uniformidade numa pluralidade. Contudo, este é um dos dilemas da nossa sociedade contemporânea: como conseguir uma unidade numa pluralidade. No fundo, muitos pensam que a verdade deve coincidir com a realidade, embora esta seja percepcionada de maneiras distintas. As verdades pautam-se por uma certa conformidade do que se diz com o que é, e, neste sentido, o que é varia consoante o individuo.
Mas uma coisa é certa: a verdade existe porque existe o seu contrário. Será que a mentira é mesmo uma das bases essenciais da civilização contemporânea e não se confina meramente ao dia 1 de Abril? Será a mentira necessária para a consistência da vida em comum?
"Gosto da verdade. Acredito que a humanidade precisa dela; mas precisa ainda mais da mentira que a lisonjeia, a consola, lhe dá esperanças infinitas. Sem a mentira, a humanidade pereceria de desespero e de tédio."
FRANCE, Anatole in A Vida em Flor
Portugal inscreve-se nesta tradição, mas parece que ja permanece nela há bastante tempo, fazendo mesmo da mentira um dos alicerces fundamentais da sua conduta. Ela tem adquirido, nestes últimos tempos, múltiplas formas, revestindo-se de um carácter político, económico, religioso e mesmo matrimonial. Em todos estes campos, as mentiras têm vindo a posicionar-se de uma forma preocupante, chegando a ser o cerne de muitas formas de agir não só individuais mas, num campo mais amplo, sociais. Elas insinuam-se cada vez mais como uma espécie de base da civilização contemporânea e como regra para quem quiser viver em sociedade. Hoje em dia, a mentira é vista como utilitária socialmente, contribuindo para a formação de uma ordem social harmónica, coexistindo com a verdade de uma forma misteriosa e, de certo modo, atractiva.
Mas o que é a verdade? ou o que são as verdades? Sobre esta questão já se interrogava Pilatos há anos atrás e ainda hoje o debate prossegue. Numa sociedade plural, tende a não existir só uma verdade mas verdades, embora não seja impossível a existência de uma uniformidade numa pluralidade. Contudo, este é um dos dilemas da nossa sociedade contemporânea: como conseguir uma unidade numa pluralidade. No fundo, muitos pensam que a verdade deve coincidir com a realidade, embora esta seja percepcionada de maneiras distintas. As verdades pautam-se por uma certa conformidade do que se diz com o que é, e, neste sentido, o que é varia consoante o individuo.
Mas uma coisa é certa: a verdade existe porque existe o seu contrário. Será que a mentira é mesmo uma das bases essenciais da civilização contemporânea e não se confina meramente ao dia 1 de Abril? Será a mentira necessária para a consistência da vida em comum?
"Gosto da verdade. Acredito que a humanidade precisa dela; mas precisa ainda mais da mentira que a lisonjeia, a consola, lhe dá esperanças infinitas. Sem a mentira, a humanidade pereceria de desespero e de tédio."
FRANCE, Anatole in A Vida em Flor
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