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segunda-feira, julho 03, 2006

Eleições no México

A República Federativa do México está hoje numa roda-viva não só devido às eleições presidenciais como à escolha de governadores de quatro Estados, incluindo o Distrito Federal (Ciudad de México), mais de cem alcaides, além da renovação do Congresso de la Unión e de várias câmaras legislativas regionais.
Para a presidência perfilam-se dois fortes candidatos, embora um terceiro não seja de excluir de imediato. Os principais candidatos são Andrés López Obrador, do Partido da Revolução Democrática (PRD) – conotado com a esquerda coligado com o Partido del Trabajo y Convergencia na aliança Coalición por el Bien de Todos –, e Felipe Calderón Hinojosa, do Partido Acción Nacional (PAN) – considerado o homem da continuidade e muito amigo de Bush, já que é apoiado pelo quase despedido Vicente Fox.
Todavia, e porque o sistema eleitoral mexicano tem sido, ultimamente, pródigo em surpresas estranhas, não devemos esquecer o candidato daqueles que dominaram o poder entre 1929 -2000, o Partido Revolucionário Institucional (PRI), Roberto Madrazo, que tem o apoio dos verdes do Partido Verde Ecologista do México (PVEM), assente na Alianza por México. Além destes há uma senhora que quer ser a primeira presidente mexicana, a candidata Patricia Mercado, do Partido Alternativa Socialdemócrata y Campesina (PASC).
Numa campanha muito cara, e onde parece tudo ter permissão, apesar do Estado ter distribuído “rodos” de dinheiro para evitar corrupção eleitoral, que durou cerca de 160 dias, a campanha custou qualquer coisa como 51 milhões de dólares.
Os mexicanos podem colocar, e pela primeira vez, um candidato da esquerda no Distrito Federal, mais concretamente em Los Pinos. Se houve ou não corrupção durante a campanha, isso só os analistas mexicanos poderão aquilatar.
No entanto, algo já sobressaiu na véspera das eleições. O antigo presidente Luis Echeverría Álvarez foi detido sob acusação de genocídio contra manifestantes em Outubro de 1968, por alturas dos Jogos Olímpicos do México; só que, estranhamente, esta acusação já terá prescrito em Outubro de 2005.Veremos então quem surge como o sucessor de Vicente Fox, o presidente cessante que falhou quase todas as suas “promessas”.
Não esquecer que o sistema eleitoral mexicano não prevê segundas voltas pelo que todos os candidatos saberão a sua posição quando o escrutínio fechar e os cerca de 71,3 milhões de mexicanos tiverem votado.
Quem sucederá ao “liberal” Fox? O “esquerdista” Obrador, que o candidato conservador Calderón compara a Chavez (o fantasma da campanha) – se ganhar, como prevêem as sondagens, de que modo irá se posicionar o poderoso vizinho do Norte? Será por isso que já estava a levantar um muro na fronteira e não por causa da imigração clandestina? – ou haverá uma surpresa no final da “lide” ?